José Reinaldo de Lima

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Reinaldo
Informações Pessoais
Nome completo José Reinaldo de Lima
Nascimento 11 de Janeiro de 1957
Cidade natal Ponte Nova-MG , Brasil
Apelido Reinaldo
Atlético
Jogos 475
Gols 255
Estreia Atlético 1 x 2 Valério-MG - 28/01/73
Último jogo Ajax-HOL 4 x 1 Atlético - 11/08/85
Vitórias 289
Empates 113
Derrotas 73
Títulos Taças Minas Gerais 1975 e 1976; Campeonatos Mineiros de 1976, 1978, 1979, 1980, 1981, 1982, 1983 e 1985
Observações Maior artilheiro da história do Atlético
Carreira
Revelado por Atlético
Atuou como Atacante
Principais clubes Atlético, Palmeiras-SP



Biografia

José Reinaldo de Lima, mais conhecido como Reinaldo, é considerado o maior ídolo da história do Clube Atlético Mineiro. Revelado pelas categorias de base do Galo, o atacante foi um dos jogadores que mais se aproximaram da genialidade de Pelé, o atleta do século XX. Com limitações físicas ao longo da carreira, em razão das entradas duras e desleais dos adversários, o artilheiro pendurou as chuteiras de forma pré-matura, com apenas 31 anos. Ainda garoto, Reinaldo veio para o Atlético após ser observado por Zé das Camisas, que o indicou para o técnico Barbatana. Com apenas 16 anos, o adolescente já figurava na equipe profissional do clube. Sua estréia aconteceu no dia 28 de Janeiro de 1973, na derrota de 2 a 1 para o Valério-MG no estádio do Mineirão. O primeiro gol não demorou a acontecer, e foi no empate por 2 a 2 contra a Caldense no dia 04 de fevereiro do mesmo ano.

Ponte Nova, 11 de janeiro de 1957. Nasce José Reinaldo de Lima, filho de Mário e Maria Coeli, o sexto de oito irmãos, quatro mulheres e quatro homens. A família era humilde, mas os pais não deixavam faltar nada e eram presentes na vida dos filhos. Algumas pessoas nascem com talento para pintura ou falar em público. Outras nascem com uma vida traçada pelos pais bem-sucedidos. Poucas pessoas nascem para majestade, como Reinaldo, que já é rei só pelo nome. Foi um menino obediente que fazia pequenos serviços para conseguir um dinheirinho e ir ao cinema. O futebol era a atividade favorita nas horas vagas. Tinha uma técnica impecável e por isso não podia jogar com os garotos da sua idade já que desequilibrava a partida. Então, Reinaldo treinava com os mais velhos. Até mesmo no colégio ele era dispensado de algumas aulas para jogar bola.

(...) me mandavam ir jogar bola, ao invés de assistir a aula de música, por exemplo... mas eu gostava de música! Só que eles achavam que eu era desafinado, e além disso gostavam de me ver jogando bola! (VIANNA, 1998: 22)

Aos 14 anos, Reinaldo jogava no Pontenovense. Em 7 de setembro de 1971, o juvenil do Atlético, comandado por Barbatana, esteve em Ponte Nova para um amistoso. Reinaldo não jogou porque estava participando do desfile de Independência como ciclista. Mas Barbatana estava na cidade também com o interesse de levar um novo jogador para o Atlético. Foi quando soube de Reinaldo: um menino que era um fenômeno e o irmão queria que ele fosse jogar no Botafogo, mas era muito novo. Barbatana assistiu a um jogo de Reinaldo e assim que o viu em campo percebeu que não podia esperar o garoto crescer para trazê-lo para o Atlético e foi logo conversar com os pais do menino para autorizarem a vinda dele para BH. "Desde pequeno eu infernizava a vida dos zagueiros e goleiros. Tinha o apelido de Kaburé e, quando me viram jogar, logo convenceram meus pais de que eu deveria vir para o Atlético." Naquele mesmo dia, Reinaldo estava a caminho da sede alvinegra espremido no fusquinha de Barbatana.

Nessa época, eram comuns treinos do Juvenil contra o profissional, que era o time Campeão Brasileiro de 71 e tinha como técnico Telê Santana. Reinaldo esperou no banco e entrou em campo no 2º tempo. Ele era tranqüilo para jogar e se preocupava apenas com a bola, que parecia responder ao seus comandos. Ele driblou jogadores como Dadá, Humberto Ramos, Oldair e Vantuir.

“(...) Reinaldo entrou e aplicou dribles desconcertantes numa das melhores – e mais leais – zagas da história do alvinegro: Grapete e Vantuir. Deu passes perfeitos, se movimentou e fez gol. Da beirada do campo, Telê e Barbatana assistiam perplexos àquilo tudo” (GALUPPO, 2003: 132)

Enquanto não tinha idade para jogar no profissional, Reinaldo ia para onde precisavam dele fosse no juvenil, infanto e dente-de-leite. Ganhava prêmios como melhor jogador em quase todas as partidas e recebeu o apelido baby-craque de Roberto Drummond. Os pais de Reinaldo se preocupavam com a vida escolar dele, mas mesmo com muitas faltas ele conseguiu terminar o colégio e passar no vestibular para Comunicação Social.

Finalmente, Reinaldo começou a jogar no time profissional do Atlético em 1973. Tinha apenas 16 anos. Mas em 1974, Reinaldo começou a ter problemas no joelho. De acordo com ele, tudo foi conseqüência de um buraco no campo que pisou e teve torção no joelho esquerdo. Passou por uma cirurgia logo em seguida e teve o menisco interno extraído.

Reinaldo já era considerado o rei da torcida atleticana. E rei que é rei não perde a majestade jamais. Estava no auge da carreira de jogador quando passou pela primeira cirurgia de um total de nove.

Como era muito talentoso também sofreu com as agressões dos zagueiros adversários que sempre batiam no seu joelho. Aos poucos Reinaldo tentava resistir à dor para brilhar em campo ao som da torcida alvinegra: “Rei, Rei, Rei! Reinaldo é nosso rei!” E não decepcionava! Suas jogadas sempre impressionavam e deixavam os zagueiros sem reação diante dele, porque era impossível prever o que aquele garoto faria. Como o próprio Telê Santana falou em entrevista:

“E ele ia ficando cada vez mais habilidoso, ao longo dos anos. Com sua habilidade não sei se existiu algum... O único jeito de pará-lo, infelizmente era com a violência! E como ele foi caçado.” (VIANNA, 1998: 42)

Reinaldo era a alegria dos atleticanos, o rei da massa. O menino simples, que se inspirou em Pelé e Garrincha, saiu do interior de Minas e chegou à Seleção em 1978. Na época, Reinaldo fazia exercícios com um aparelho importado, mas durante a Copa diminuiu os exercícios e usava sempre uma faixa no joelho, a qual escondia até do colega de quarto. Jogou apenas três jogos pela Seleção e depois da Copa foi fazer nova cirurgia nos Estados Unidos. Ficou um ano sem jogar e para comemorar o retorno do rei, o Atlético marcou um amistoso com o Santos no Mineirão. Antes da partida todas as luzes foram apagadas e a torcida acendeu isqueiros para iluminar a volta do Rei.

Em 1982, ele foi convocado outra vez para jogar na Seleção mas por causa dos problemas no joelho ele foi cortado. Em entrevista à Revista Placar de 15 de julho de 1984, Reinaldo afirmou não ter ído à Copa do Mundo de 82 pelo fato do então técnico da Seleção, Telê Santana, acreditar que ele estivesse tendo relações sexuais com homossexuais. "Se fosse verdade, seria problema meu. Eu nada tenho contra o homossexualismo, mas meu lance é outro." disse o Rei. Reinaldo lutou contra as dores que sentia no joelho, mas a medicina ainda não era tão avançada para mantê-lo em campo alegrando a massa atleticana. "Não tenho mais os quatro meniscos, mas também não tenho mais debilidades físicas. Meus joelhos são exatamente iguais aos do campeão mundial Paolo Rossi." Devido a esses problemas, sua carreira no futebol foi curta mas inesquecível.

Em 1996, Reinaldo se envolveu com drogas e virou escândalo público. Passou por tratamento de desintoxicação física e espiritual. Teve apoio da família, amigas, torcedores, e do chamado trio: o advogado, o médico e psiquiatra que ajudaram durante o processo. Ele diz também que o nascimento de sua filha durante este período foi sua salvação.

Reinaldo sempre se interessou pela política nacional e se posicionou contra a ditadura. O gesto que fazia, braço levantado e punhos cerrados, para comemorar cada gol era motivo de discussão. Para ele era uma mistura de comemoração, resposta ao racismo, força e alegria. Reinaldo "acredita que a política é o campo ideal para o cidadão se posicionar" (SILVEIRA, 2006: 84). Após a carreira de jogador foi eleito Deputado Estadual pelo PT e agora cumpre mandato de vereador pelo Partido Verde. Além disso, Reinaldo é comentarista esportivo na TV Alterosa.

"Jogou mais ou menos 10 anos com 90% cérebro e 10% físico, até o encerramento precoce de sua carreira. Ainda assim, infernizou defesas adversárias, marcou gols e fez jogadas antológicas, estabeleceu o recorde de artilheiro do campeonato nacional que perdurou por mais de 20 anos, em números absolutos, e ainda não foi batido, em números relativos". (CHAGAS & CHAGAS, 2004: 99)

Ficha Técnica

Nome: José Reinaldo de Lima
Posição: Atacante
Data de Nascimento: 11 de Janeiro de 1957
Naturalidade: Ponte Nova-MG

Carreira

Contrato na CBF: 053703/83

Atlético - 1973/1985
Palmeiras-SP - 1986
Rio Negro-AM - 1987
Cruzeiro-MG - 1988

Partidas Disputadas

Estatísticas

Ano Total de Jogos Gols Marcados Cartões Amarelos Cartões Vermelhos
1973 34 14 - -
1974 30 11 - -
1975 32 17 - -
1976 49 43 - -
1977 48 42 - -
1978 05 09 - -
1979 26 10 - -
1980 42 25 - -
1981 33 14 - -
1982 50 21 - -
1983 52 19 - -
1984 48 20 - -
1985 26 10 - -
Total 475 255 - -

Retrospecto Geral

Jogador
Jogos V E D Gols
Reinaldo 475 289 113 73 255

Títulos

1975 - Taça Minas Gerais - Atlético
1976 - Taça Minas Gerais - Atlético
1976 - Campeonato Mineiro - Atlético
1976 - Torneio Conde de Fenosa (Espanha) - Atlético
1977 - Torneio de Vigo (Espanha) - Atlético
1978 - Campeonato Mineiro - Atlético
1978 - Campeão dos Campeões do Brasil - Atlético
1979 - Campeonato Mineiro - Atlético
1980 - Campeonato Mineiro - Atlético
1980 - Torneio Costa do Sol (Espanha) - Atlético
1981 - Campeonato Mineiro - Atlético
1981 - Torneio Brasília 21 Anos - Atlético
1982 - Campeonato Mineiro - Atlético
1982 - Torneio de Paris (França) - Atlético
1982 - Torneio de Bilbao (Espanha) - Atlético
1983 - Campeonato Mineiro - Atlético
1983 - Torneio de Berna (Suíça) - Atlético
1984 - Torneio de Amsterdã (Holanda) - Atlético
1985 - Campeonato Mineiro - Atlético

Outros

1977 - Vice-Campeonato Brasileiro - Atlético
1980 - Vice-Campeonato Brasileiro - Atlético